Tentando pensar e viver como um Reformado: Reflexões de um estrangeiro residente – Parte 30

2) Definição de Trabalho

Trabalho pode ser definido como o esforço físico ou intelectual, com vistas a um determinado fim.

O verbo “trabalhar” é proveniente do latim vulgar tripaliar: torturar com o tripalium. Este é derivado de tripalis cujo nome é proveniente da sua própria constituição gramatical: tres & palus (pau, madeira, lenho, estaca), que significava o instrumento de tortura de três paus e que também servia para “ferrar os animais rebeldes”.[1]

A palavra latina parece ter sido proveniente do grego tripa/ssalon (instrumento de tortura) que é derivada de pa/ssaloj (estaca, um pino, um lugar para pendurar qualquer coisa, “membro viril”).

O tripalium também era um instrumento de três paus aguçados que, algumas vezes munidos de pontas de ferro, eram utilizados pelos agricultores para bater o trigo, as espigas de milho e o linho para rasgá-los e esfiapá-los.[2]

A ideia de tortura evoluiu, tomando o sentido de “esforçar-se”, “laborar”, “obrar”.[3] Le Goff  (1924-2014) nos chama a atenção para uma conexão interessante: a condenação de Adão – que após a Queda obteria o alimento em “fadigas” – e Eva – que daria a luz “em meio a dores”, dizendo: “A origem etimológica da palavra ‘trabalho’ aparece com um sentido particular na locução ‘sala de trabalho’, designando ainda hoje a sala de parto em uma maternidade”.[4]

Etimologia à parte, devemos observar que o trabalho apresenta as seguintes características:[5]

 

a) Envolve o uso de energia ‒ “força em ação” ‒ destinado a vencer a resistência oferecida pelo objeto que se quer transformar – intencionalidade.

b) O trabalho se propõe sempre a uma transformação ainda que pequena.

c) Todo o trabalho está ligado a uma necessidade pessoal e social.

d) Todo trabalho traz, como pressuposto fundamental, o conceito de que o objeto, sobre o qual trabalha, é de algum modo aperfeiçoável, mediante o emprego de determinada energia – esforço e perseverança.

 

3) O Homem e o Trabalho

a) Algumas Perspectivas Históricas e Filosóficas

Aqui temos que ter cautela para não incorrermos no equívoco generalizante de tomar um pensamento aqui e outro ali e presumir termos a amostragem característica do pensamento grego. Nem sempre, por exemplo, os pensamentos de Sócrates, Platão e Aristóteles representam o modo habitual dos gregos verem a realidade,[6]ainda que isso deva ser fortemente ilustrativo.

Tomando o cuidado necessário, podemos observar que dentro do ideal grego de reflexão e serenidade, não há espaço para um pensar em “trabalho braçal”. Por isso a visão grega do trabalho ser extremamente negativa, sendo considerado algo inferior.[7]        Seguindo essa linha de raciocínio, torna-se mais fácil compreender a justificativa da escravidão.

Como a vida contemplativa é a mais valiosa, nos assemelhando aos deuses,[8] os homens livres poderiam se aproximar deste modelo de contemplação divina.[9]

Mesmo Hesíodo reconhecendo que “o trabalho não é vergonha alguma, mas a preguiça é!”,[10] na descrição que faz da Idade de Ouro,[11] os deuses viviam sob o domínio de Cronos em perfeita paz, sem preocupações, alegrando-se nas festas, usufruindo dos bens produzidos espontânea e generosamente pela terra, ou seja, na ociosidade celestial e terrena.[12]

No Mundo Romano, apesar de todo o seu empreendimento, filósofos como Cícero (106-43 a.C.) e Sêneca (c. 4 a.C.-65 d.C.) e o historiador Tito Lívio (59 a.C. – 17 d.C) exaltavam o ócio em detrimento do trabalho, olhando com desprezo o trabalho do artesão.[13]

Na perspectiva judaica, o trabalho manual foi altamente estimado, e, profundamente, respeitados aqueles que o praticavam, visto ser considerado este talento, uma dádiva de Deus.[14] Aliás, Deus é apresentado no primeiro verso de Gênesis, como trabalhando, criando todas as coisas (Gn 1.1) e, nas páginas do Antigo Testamento, com frequência, somos desafiados a contemplar a criação de Deus e maravilhar-nos (Jó 37.14-15; Sl 8.3,6; 19.1-6; 28.5; 86.8; 92.4-5; 104.24; 111.2; 139.14; 145.9,17, etc.).

O trabalho não está associado ao pecado; antes, faz parte do propósito primevo de Deus para o homem e revela a sabedoria divina (Gn 1.28; 2.15; Êx 20.9; Sl 104.23; Is 28.23-29). Os rabinos, como exemplo desta perspectiva, além do estudo metódico da Lei, aplicavam-se ao trabalho manual para suprir às suas necessidades (Vejam-se: Mc 6.3 (Mt 13.55); At 18.3).

Edersheim (1825-1889) comenta com propriedade:

Entre os judeus o desprezo pelo trabalho braçal, uma das características dolorosas do paganismo, não existia. Pelo contrário, era considerado obrigação religiosa, com frequência e muita seriedade insistia-se na necessidade de se aprender algum ofício, desde que ele não levasse a extravagâncias nem propiciasse um desvio da observância pessoal da Lei.[15]

Há dois ditados atribuídos ao Rabino Judá (c. 135-c.217) − que segundo a tradição foi um dos compiladores da Mishná (“Repetição”) − que diziam: “Aquele que não ensina o próprio ofício ao filho ensina-o a roubar” e “Grande é o trabalho: honra o trabalhador”. [16]

No entanto, com o passar dos anos, foi criada uma dicotomia entre o sagrado e o profano. No Talmude,[17] há uma oração (séc. 1º) feita pela perspectiva do escriba, que diz o seguinte:

Eu te agradeço, Senhor, meu Deus, porque me deste parte junto daqueles que se assentam na sinagoga, e não junto daqueles que se assentam pelas esquinas das ruas; pois eu me levanto cedo, eles também se levantam cedo; eu me levanto cedo para as palavras da Lei, e eles, para as coisas fúteis. Eu me esforço, eles se esforçam: eu me esforço e recebo a recompensa, eles se esforçam e não recebem recompensa. Eu corro e eles correm: eu corro para a vida do mundo futuro, e eles, para a fossa da perdição.[18]

No Novo Testamento, encontramos uma perspectiva semelhante a do Antigo Testamento, sendo o trabalho visto com naturalidade nas parábolas de Jesus (Mt 20.1,2,8; 21.28; 25.16; Mc 13.34),[19] evidenciando ser o trabalho algo comum em nossa vida cotidiana[20] (Jo 6.27; Jo 9.4),[21] inclusive instando com os seus discípulos no sentido de orarem ao Pai, senhor da seara, por mais trabalhadores (Mt 9.37-38).[22]

Em duas declarações lapidares de Jesus vemos a sua perspectiva teológica, indicando, na primeira citação, o governo preservador e diretor de Deus sobre todas as coisas criadas e também a sua filiação única e prerrogativas divinas:[23] “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17). “As obras que o Pai me confiou para que eu as realizasse, essas que eu faço testemunham a meu respeito de que o Pai me enviou” (Jo 5.36).

Há também outro grupo de palavras que realçam a visão cristã a respeito do serviço. O termo “diácono” e suas variantes, provêm do grego dia/konoj, diakoni/a e diakone/w, palavras que significam respectivamente, “servo”, “serviço” e “servir”.

Essas palavras apresentam três sentidos especiais, com uma pesada conotação depreciativa: a) Servir à mesa; b) Cuidar da subsistência; c) Servir: No sentido de “servir ao amo”.

Para os gregos, servir era algo indigno. Os sofistas chegavam a afirmar que o homem reto só deve servir aos seus próprios desejos, com coragem e prudência.

Partindo da compreensão grega de que nascemos para comandar, não para servir, Platão (427-347 a.C.) e Demóstenes (384-322 a.C.), um pouco mais moderados, admitiam que o serviço (diakoni/a) só tinha algum valor quando prestado ao Estado. Portanto, “a ideia de que existimos para servir a outrem não cabe, em absoluto, na mente grega”, conclui Beyer (1898-1942).[24]

Jesus Cristo deu uma grande lição aos seus ouvintes ao verbalizar a sua missão. Ele apresenta um contraste evidente com o conceito grego e, ao mesmo tempo, eleva de forma magnífica o pensamento judeu: “… O Filho do homem, que não veio para ser servido (diakone/w), mas para servir (diakone/w)” (Mt 20.28).

Terminadas a série de tentações satânicas desferidas contra o Senhor Jesus, registra Mateus: “…e eis que vieram anjos e o serviram (diakone/w)(Mt 4.11/Hb 1.14).

Paulo demonstra que “O ministério (diakoni/a) do Espírito” (2Co 3.8) que opera de forma eficaz por meio do evangelho é glorioso.

Paulo se declara diácono do evangelho: “Se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro (dia/konoj)(Cl 1.23). Bem como, diácono da Igreja:

24 Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja; 25 da qual me tornei ministro (dia/konoj) de acordo com a dispensação da parte de Deus, que me foi confiada a vosso favor, para dar pleno cumprimento à palavra de Deus. (Cl 1.24-25).

É, como também Apolo, instrumento de Deus para que os homens creiam no evangelho: “Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos (dia/konoj) por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um” (1Co 3.5).

Vemos, portanto, como o conceito de trabalho demonstrado por Jesus Cristo e pelos apóstolos está longe de ser irrelevante ou humilhante, antes, tem uma nova conotação que ultrapassa em muito a visão predominante.

O apóstolo Paulo trabalhava como fazedor de tendas (At 18.3),[25] não sendo o seu trabalho fácil, quer nesta ou em outra atividade (1Co 4.12).[26] Mesmo se valendo de uma figura comum declarando que o trabalhador é digno de seu salário (Rm 4.4), lutava para não ser pesado a ninguém ainda que isso não fosse ilegítimo como pregador da Palavra (1Tm 5.17-18/Mt 10.10).[27]

À igreja de Tessalônica onde, ao que parece, alguns por motivos pretensamente escatológicos eram inclinados a abandonar o trabalho, Paulo insiste em lembrar a esses “piedosos preguiçosos” o seu testemunho e ratificar com insistência seus ensinamentos:

8 Nem jamais comemos pão à custa de outrem; pelo contrário, em labor (ko/poj) e fadiga (mo/xqoj = um trabalho de difícil execução), de noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós; 9 não porque não tivéssemos esse direito, mas por termos em vista oferecer-vos exemplo em nós mesmos, para nos imitardes. 10 Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar (e)rga/zomai), também não coma.[28] 11 Pois, de fato, estamos informados de que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando (e)rga/zomai); antes, se intrometem na vida alheia. 12 A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando (e)rga/zomai) tranquilamente, comam o seu próprio pão. 13 E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem. (2Ts 3.8-13).

Porque, vos recordais, irmãos, do nosso labor (ko/poj) e fadiga (mo/xqoj); e de como, noite e dia labutando (e)rga/zomai) para não vivermos à custa de nenhum de vós, vos proclamamos o evangelho de Deus. (1Ts 2.9).

E a diligenciardes por viver tranquilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar (e)rga/zomai) com as próprias mãos, como vos ordenamos. (1Ts 4.11).

O cristão, justamente por ser cristão, deve ser um trabalhador exemplar,[29]  tendo o seu modelo perfeito em Cristo, o Senhor que fez-se servo e escravo por amor de seu povo (Rm 15.8; Fp 2.7).

É curioso que Paulo sempre desafiava os crentes que conviveram com ele a levarem em conta o seu testemunho, o seu passado em sua companhia. Considerando que ele tinha a Cristo como modelo supremo, procurava de forma coerente se tornar o modelo (tu/poj) daquilo que ele mesmo ensinava (2Ts 3.9/1Co 10.6; Fp 3.17). Sustentava que isso era uma característica indispensável aos mestres (1Tm 4.12; Tt 2.7). Do mesmo modo entendia Pedro (1Pe 5.3).

Certamente como reflexo desses ensinamentos, encontramos no segundo século, o Didaquê (c. 120 A.D.), capítulo XII,[30] instruindo:

  1. Acolha todo aquele que vier em nome do Senhor. Depois, examine para conhecê-lo, pois você tem discernimento para distinguir a esquerda da direita.
  2. Se o hóspede estiver de passagem, dê-lhe ajuda no que puder. Entretanto, ele não deve permanecer com você mais que dois ou três dias, se necessário.
  3. Se quiser se estabelecer e tiver uma profissão, então que trabalhe para se sustentar.
  4. Porém, se ele não tiver profissão, proceda de acordo com a prudência, para que um cristão não viva ociosamente em seu meio.
  5. Se ele não aceitar isso, trata-se de um comerciante de Cristo. Tenha cuidado com essa gente![31]

Retornando ao Novo Testamento, vemos Paulo instruindo àquele que no seu antigo modo de vida, furtava, agora, convertido ao Senhor, deve, em novidade de vida, se sustentar com o fruto de seu trabalho, tendo também uma preocupação social: “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe (kopia/w), fazendo com as próprias mãos[32] o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado” (Ef 4.28/At 20.34; 28.10; Rm 12.13;[33] Fp 4.16).

É curioso e emblemático que Paulo use neste texto (Ef 4.28) o verbo kopia/w ordenando ao convertido, que trabalhe árdua, intensa e exaustivamente para se manter e ainda ter como suprir as necessidades eventuais de seus irmãos. Vejo aqui um princípio pedagógico. É como se ele dissesse: aprenda na prática como é difícil obter licitamente o sustento. Faça isso com perseverança. Ainda mais: você que subtraiu de outros no passado o produto de seu trabalho, se esforce agora por ajudar os que necessitam.

Paulo dá uma dimensão teológica ao trabalho, mostrando que todo e qualquer trabalho deve ser feito para a glória do Senhor (Cl 3.23). Timóteo deveria se esforçar por se apresentar a Deus como obreiro aprovado que manejava bem a Palavra da verdade: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro (e)rgath/j) que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15).

Contrastando a isso e, ao mesmo tempo, refletindo aspectos da compreensão de seu tempo, no século XIII, um poeta francês, formado na Universidade de Paris,  que assina sob o pseudônimo de Rutebeuf (c. 1230-1285), proclama com orgulho: “Não sou trabalhador manual”.[34]

Na Idade Média – entre duas tradições antagônicas: a greco-romana que desprestigia o trabalho e a cristã que o valoriza[35] – há de certa forma, um retorno à ideia grega, considerando o trabalho – no sentido manual, (banausi/a), “arte mecânica”, como sendo algo degradante para o ser humano,[36] e inferior à (sxolh/), ao ócio, descanso, repouso, à vida contemplativa e ociosa (sxola/zw), por um lado, e à atividade militar pelo outro.[37] Aliás, é possível que esta perspectiva tenha contribuído para que os gregos não tivessem desenvolvido uma ciência empírica.[38]

Na visão de São Tomás de Aquino (1225-1274), o trabalho era no máximo, considerado “eticamente neutro”.[39] Contudo perpetuou a sua preferência para com a vida contemplativa.[40]

Segundo a Igreja romana, conforme interpreta Pirenne (1862-1935):

A finalidade do trabalho não é enriquecer, mas conservar-se na condição em que cada um nasceu, até que desta vida mortal, passe à vida eterna. A renúncia do monge é o ideal a que toda a sociedade deve aspirar. Procurar riqueza é cair no pecado da avareza. A pobreza é de origem divina e de ordem providencial. [41]

Ainda na Idade Média, especialmente a partir do século XI, a posição ocupada pelo trabalho era regida pela divisão gradativa de importância social: Oradores (oratores) (eclesiásticos), Defensores (bellatores) (guerreiros) e Trabalhadores (laboratores)[42] (agricultores, camponeses).[43] Desta forma, os eclesiásticos, no seu ócio e abstrações “teológicas” é que tinham a prioridade, ocupando um lugar proeminente na escala e ordem social.

Deste modo, a ordem social estava tão bem estabelecida – supostamente amparada no modelo da sociedade celestial com seus arcanjos e anjos ‒ que, se por um lado tentar ascender socialmente seria um sinal de orgulho, por outro, decair socialmente era um pecado vergonhoso. Portanto, “o dever do homem medieval era permanecer onde Deus o tinha colocado”, interpreta Le Goff.[44]

O trabalho manual era imposto ao monge apenas como castigo e penitência.[45] Mesmo para designar o trabalho, como acentuam Le Goff e Truong, há duas palavras distintivas: Opus e Labor. Opus “é o trabalho criador, o vocábulo do Gênesis que define o trabalho divino, o ato de criar o mundo e o homem à sua imagem. Desse termo derivará operari (criar uma obra) operarius (aquele que cria)”.[46] Labor, por sua vez, refere-se ao trabalho laborioso, “está do lado do erro e da penitência”.[47]

Biéler comenta:

O trabalho, especialmente o trabalho criador de bens e riqueza, o trabalho manual, se não decaíra mais até o nível do trabalho servil da Antiguidade, foi, todavia, considerado como uma necessidade temporal desprezível com relação aos exercícios da piedade. E aqueles que se dedicavam às atividades econômicas e financeiras, os negociantes e banqueiros, eram particularmente desconsiderados.[48]

No próprio currículo das universidades medievais era explícita a visão desprivilegiada do trabalho, como comenta Verger:

As disciplinas “mecânicas” ou “lucrativas”, vítimas do duplo preconceito dos antigos contra o trabalho manual e do cristianismo contra o dinheiro e a matéria, eram banidas da escola, deixadas para os leigos pecadores e “iletrados” (illiteratus quer dizer aquele que ignora o latim, que não estudou as artes liberais).[49]

 

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

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[1] “O nome da máquina [tripalium) de três pés destinada a ferrar os animais indóceis, tornada a maneira corrente de designar um instrumento de tortura” (Jacques Le Goff; Nicolas Truong, Uma História do Corpo na Idade Média, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 65).

[2]Cf. Suzana Albornoz, O Que é Trabalho, 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 2004 (6. reimpressão), p. 10.

[3]Cf. Trabalho: In: José Pedro Machado, Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, Lisboa: Confluência, 1956, 2, p. 2098; Trabalhar: In: Aurélio B.H. Ferreira, Novo Dicionário da Língua Portuguesa, 2. ed. rev. aum. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986, p. 1695; Antônio Geraldo da Cunha, Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991, p. 779; Trabajar: In: J. Corominas; J.A. Pascual, Diccionario Crítico Etimológico Castellano e Hispánico, Madrid: Editorial Gredos, 1983, v. 5, p. 571-572; Trabalho: In: Antonio Houaiss, ed. Enciclopédia Mirador Internacional, São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1987, v. 19, p. 10963-10964; Jacques Le Goff, Trabalho: In: Jacques Le Goff; Jean-Claude Schmitt, coords. Dicionário Temático do Ocidente Medieval, Bauru, SP.; São Paulo, SP.: Editora da Universidade Sagrado Coração; Imprensa Oficial do Estado, 2002, v. 2, [p. 559-572], p. 559-560.

[4]Jacques Le Goff, Trabalho: In: Jacques Le Goff; Jean-Claude Schmitt, coords. Dicionário Temático do Ocidente Medieval, v. 2, p. 560. Do mesmo modo: Jacques Le Goff; Nicolas Truong, Uma História do Corpo na Idade Média, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 66.

[5]Cf. Paul Schrecker, Work and History, Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 1948, p. 12-18. Veja-se também: Trabalho: In: José Ferrater Mora, Dicionário de Filosofia, São Paulo: Loyola, 2001, v. 4, p. 2900-2903.

[6] Devo esta observação a Forrester. (W.R. Forrester, Christian Vocacion: Studies in Faith and Work, London: Lutterworth Press, 1951, p. 121).

[7] Vejam-se: Platão, República, 369ss.; Aristóteles, Política, 1328b; Idem., Metafísica, I.1. Vejam-se também, a interpretação    do conceito grego, feita por Ferrater Mora (1912-1991). (Trabajo: In: José Ferrater Mora, Diccionario de Filosofia, 5. ed. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 1969, v. 2, p. 819-822; Alan Richardson, Work: In: Alan Richardson, ed. A Theological Word Book of the Bible, 13. ed. London: SCM Press, 1975, p. 285).

[8] Veja-se: Aristóteles, Ética a Nicômaco, São Paulo: Abril Cultural (Os Pensadores, v. 4), 1973, X.7-8.

[9]Cf. Ray Pennings, Trabalhando para a Glória de Deus. In: Joel R. Beeke, Vivendo para a Glória de Deus: Uma introdução à Fé Reformada, São José dos Campos, SP.: Fiel, 2012 (reimpressão), p. 367.

[10] Hesíodo, Os Trabalhos e os Dias, 3. ed. São Paulo: Iluminuras, 1996, Verso 310. (O texto é bilingue. Optei por fazer a tradução).

[11]Em Hesíodo encontramos o exemplo característico da interpretação linear da História, que apresenta um processo finito e pessimista. Ele entendia que a História se move partindo da idade do ouro, passando pela da prata e de bronze até chegar finalmente à de ferro (Veja-se: Otto A. Piper, A Interpretação Cristã da História, São Paulo: Coleção da Revista de História, 1956, p. 18).

[12] Ver: Hesíodo, Os Trabalhos e os Dias, 3. ed. São Paulo: Iluminuras, 1996, Versos 115-120. Para uma análise deste conceito, veja-se: W.R. Forrester, Christian Vocacion: Studies in Faith and Work, London: Lutterworth Press, 1951, p. 121-126.

[13]Vejam-se: W. Wrade Fowler, Social Life at Rome in the Age of Cicero, cap. II  (http://www.readcentral.com/chapters/W-Warde-Fowler/Social-life-at-Rome-in-the-Age-of-Cicero/003) (Acessado em 17.01.2024); Battista Mondin, O Homem, Quem é Ele?, São Paulo: Paulinas, 1980, p. 193; W.R. Forrester, Christian Vocacion: Studies in Faith and Work, London: Lutterworth Press, 1951, p. 127-128.

[14] Veja-se: J.I. Packer, Carpinteiro: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, v. 1, p. 364-365; Paul Johnson, História dos Judeus, 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Imago, 1989, p. 174.

[15]Alfred Edersheim, The Life and Times of Jesus the Messiah, 3. ed. Grand Rapids, MI.: Eerdmans, 1971, 1981 (Reprinted), v. 1, p. 252.

[16] Conferir, entre outros: William Barclay, El Nuevo Testamento Comentado, Buenos Aires: La Aurora, 1974, v. 7, (At 18.1-11), p. 145; John Stott, O Incomparável Cristo, São Paulo: ABU., 2006, p. 134; Judá Ben Ilai: In: Alan Unterman, Dicionário Judaico de Lendas e Tradições, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992, p. 137-138; https://www.jewishencyclopedia.com/articles/8994-judah-ben-ilai# (Consultado em 17.01.2024),

[17]Talmude, cujo nome significa “instrução”, consiste numa coleção de leis rabínicas com seus comentários interpretativos a respeito das leis de Moisés, compilada entre o ano 100 e 500 da Era Cristã. (Vejam-se, entre outros: W. White Jr., Talmude: In: Merrill C.Tenney, org. ger., Enciclopédia da Bíblia, São Paulo: Cultura Cristã, 2008, v. 5, p. 738-744; C.L. Feinberg, Talmude e Midrash: In: J.D. Douglas, ed. ger. O Novo Dicionário da Bíblia, São Paulo, SP.: Junta Editorial Cristã, 1966, v. 3, p. 1560-1561.

[18] Apud Joachim Jeremias, As Parábolas de Jesus, 3. ed. São Paulo: Paulinas, 1980, p. 144. Quanto às profissões consideradas suspeitas pelo alto grau de perigo de ingressar em práticas pecaminosas, veja-se: J. Jeremias, Jerusalém no tempo de Jesus: pesquisa de história econômica-social no período neotestamentário, São Paulo: Paulinas, 1983, p. 403ss.

[19] “Porque o reino dos céus é semelhante a um dono de casa que saiu de madrugada para assalariar trabalhadores para a sua vinha. 2 E, tendo ajustado com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a vinha. (…) 8 Ao cair da tarde, disse o senhor da vinha ao seu administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos, indo até aos primeiros” (Mt 20.1,2,8). “E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha” (Mt 21.28). “O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco” (Mt 25.16). “É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie” (Mc 13.34).

[20] Devemos nos lembrar que parábola é uma história baseada na vida real; na cotidianidade plausível de seus ouvintes. Como ela não é elaborada para ilustrar mas, a partir de sua realidade é tomada como ilustração, é inútil e pode ser perigoso tentar aplicar cada detalhe da história. Ela não se propõe a isso. (Veja-se: George E. Ladd, O Evangelho do Reino, São Paulo: Shedd Publicações, 2008, p. 61).

[21] “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo” (Jo 6.27). “É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo 9.4).

[22]37 E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38 Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara(Mt 9.37-38).

[23]Cf. D.A. Carson, Jesus, o Filho de Deus: O título cristológico muitas vezes negligenciado, às vezes mal compreendido e atualmente questionado, São Paulo: Vida Nova, 2015, p. 67-68.

[24]Hermann W. Beyer, Servir, Serviço: In: G. Kittel, ed. A Igreja do Novo Testamento, São Paulo: ASTE, 1965, p. 275. Vejam-se também: J. Stam, Diácono, Diaconisa: In: Merrill C. Tenney, org. ger., Enciclopédia da Bíblia, São Paulo: Cultura Cristã, 2008, v. 2, [p. 151-152], p. 151.

[25] “Depois disto, deixando Paulo Atenas, partiu para Corinto. 2 Lá, encontrou certo judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado da Itália, com Priscila, sua mulher, em vista de ter Cláudio decretado que todos os judeus se retirassem de Roma. Paulo aproximou-se deles. 3 E, posto que eram do mesmo ofício, passou a morar com eles e ali trabalhava (e)rga/zomai) (O modo imperfeito do verbo sugere que Paulo passou algum tempo neste trabalho), pois a profissão deles era fazer tendas (* skhnopoio/j)(= também: “artesão de couro”) (At 18.1-3).

[26]11 Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos esbofeteados, e não temos morada certa,12 e nos afadigamos (kopia/w), trabalhando (e)rga/zomai) com as nossas próprias mãos. Quando somos injuriados, bendizemos; quando perseguidos, suportamos” (1Co 4.11-12). O verbo kopia/w e o substantivo ko/poj descrevem um trabalho estafante, difícil, árduo, trabalhar até à exaustão. Curiosamente, Paulo é quem mais utiliza esta palavra para se referir ao seu ministério: “….em tudo recomendando-nos a nós mesmos como ministros de Deus: na muita paciência, nas aflições, nas privações, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos (ko/poj)….” (2Co 6.4-5). (Vejam-se: At 20.35; 2Co 11.23,27).

[27]17Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam (kopia/w) na palavra (ló/goj) e no ensino (didaskali/a). 18 Pois a Escritura declara: Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O trabalhador (e)rga/thj) é digno do seu salário” (1Tm 5.17-18).

[28]Hesíodo escreveu algo parecido relacionando a preguiça à fome: “Mas tu, lembrando sempre do nosso conselho, trabalha, ó Perses, divina progênie, para que a fome te deteste, e te queiras a bem coroada e venerada Deméter [Deusa da agricultura], enchendo-te de alimentos o celeiro; pois a fome é sempre do ocioso companheira….” (Hesíodo, Os Trabalhos e os Dias, 3. ed. São Paulo: Iluminuras, 1996, Versos 298-302).

[29] Veja-se: William Barclay, El Nuevo Testamento Comentado, Buenos Aires: La Aurora, 1973, v. 11, (2Ts 3.6-18), p. 226-227. Da mesma forma, com uma visão mais crítica, William Hendriksen, 1 e 2 Tessalonicenses, São Paulo: Cultura Cristã, 1998, (2Ts 3.10), p. 299-300 e I. Howard Marshall, I e II Tessalonicenses, São Paulo: Vida Nova; Mundo Cristão,1984, (2Ts 3.10), p. 259-260.

[30]Documento anônimo amplamente aceito, devido a sua pretensão de ter sido redigido pelos apóstolos, daí o seu nome completo: Didaquê: Ensino do Senhor Por meio dos Doze apóstolos.

[31]Texto completo em https://www.monergismo.com/textos/credos/didaque.htm (Acessado em 17.01.2024). Para uma tradução diferente, veja-se: Didaquê, XII: In: O Didaquê, J.G. Salvador, ed. São Paulo: Imprensa Metodista, 1957, p. 74.

[32] Literalmente: “trabalhe arduamente com as próprias mãos” .

[33] “Compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade” (Rm 12.13).

[34]Frase que está em seu poema, O casamento de Rutebeuf.  (http://www.verse.fr/show.php?table=poems&id=1466) (Consultado em 17.01.2024). Veja-se: Jacques Le Goff, Trabalho: In: Jacques Le Goff; Jean-Claude Schmitt, coords. Dicionário Temático do Ocidente Medieval, Bauru, SP.; São Paulo, SP.: Editora da Universidade Sagrado Coração; Imprensa Oficial do Estado, 2002, v. 2, [p. 559-572], p. 570.

[35] Cf. Jacques Le Goff, Trabalho: In: Jacques Le Goff; Jean-Claude Schmitt, coords. Dicionário Temático do Ocidente Medieval, v. 2, p. 566; Jacques Le Goff, Para um Novo Conceito de Idade Média, Lisboa: Editorial Estampa, 1980, p. 88ss. Na Antiguidade, “O exercício das habilidades manuais é socialmente depreciado: elas arruínam a alma e o corpo e aviltam aqueles que a elas se dedicam” (Catherine Larrère, Trabalho: In: Monique Canto-Sperber, org. Dicionário de Ética e Filosofia Moral, São Leopoldo, RS.: Editora Unisinos, 2003, v. 2, [p. 717-723], p. 718).

[36]banausi/a, está associada à “vida e hábitos de um mecânico” (ba/nausoj); metaforicamente é aplicada à “mau gosto” e “vulgaridade”. (Veja-se: Liddell & Scott, Greek-English Lexicon, Oxford: Clarendon Press, 1935, p. 128b). Ver por exemplo: Aristóteles, A Política, Rio de Janeiro: Editora Tecnoprint, [s.d.], V.2.1-6. p. 141-143.

[37] “A Escolástica (contribuiu) para despojar de todo prestígio e de todo valor espiritual as atividades profissionais pela precedência que dava à contemplação sobre a ação” (André Biéler, O Pensamento Econômico e Social de Calvino, p. 539).

[38]Nancy R. Pearcey; Charles B. Thaxton, A Alma da Ciência, São Paulo: Cultura Cristã, 2005, p. 22.

[39]Veja-se: Max Weber, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, São Paulo: Pioneira, 1967, p. 52ss. Havia na realidade opiniões divergentes entre as ordens eclesiásticas a respeito do valor do trabalho manual. (Ver: Jacques Le Goff, Trabalho: In: Jacques Le Goff; Jean-Claude Schmitt, coords. Dicionário Temático do Ocidente Medieval, v. 2, p. 568-570).

[40] Cf. Leland Ryken, Redeeming the Time: A Christian Approach to Work and Leisure, Grand Rapids, MI.: Baker Books, 1995, p. 75. Veja-se também: Jacques Le Goff, Trabalho: In: Jacques Le Goff; Jean-Claude Schmitt, coords. Dicionário Temático do Ocidente Medieval, Bauru, SP.; São Paulo, SP.: Editora da Universidade Sagrado Coração; Imprensa Oficial do Estado, 2002, v. 2, p. 570.

[41]H. Pirenne, História Econômica e Social da Idade Média, 6. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1982, p. 19.

[42]“A partir do século VIII, os termos originários da palavra labor, como labores, que designam mais os frutos do trabalho do que castigo, são os signos tangíveis de uma valorização do trabalho agrícola e rural” (Jacques Le Goff; Nicolas Truong, Uma História do Corpo na Idade Média, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 66).

[43] Ver: Jacques Le Goff, Trabalho: In: Jacques Le Goff; Jean-Claude Schmitt, coords. Dicionário Temático do Ocidente Medieval, v. 2, p. 568-569; José Ferrater Mora, Trabalho: In: Dicionário de Filosofia, São Paulo: Loyola, 2001, v. 4, p. 2901b; Jacques Le Goff; Nicolas Truong, Uma História do Corpo na Idade Média, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 66-67.

[44] Jacques Le Goff, O Homem Medieval: In: Jacques Le Goff, dir. O Homem Medieval, Lisboa: Editorial Presença, 1989, [p. 9-30], p. 29. Do mesmo modo: R.H. Tawney, A Religião e o Surgimento do Capitalismo, São Paulo: Editora Perspectiva, 1971, p. 72. Walzer escreveu: “Cria-se que esta hierarquia social não só se refletia no corpo humano, como também no cosmos, no universo de Deus: assim como a cabeça governa o corpo ‒ argumentavam os escritores medievais ‒, Deus governa o mundo, e o rei governa a organização política; assim como os anjos estão abaixo de Deus em nove gamas e ordens, as partes nobres do corpo político estão abaixo do rei, e os sacerdotes do corpo de Cristo, abaixo de Cristo. A desigualdade, portanto, defendia os padrões estabelecidos de obediência e deferência que faziam a atividade política independente tão difícil na prática como inconcebível na teoria” (Michael Walzer, La revolución de los santos: Estudio sobre los orígenes de la política radical, Buenos Aires: Katz Editores, 2008, p. 21).

[45] Cf. Jacques Le Goff; Nicolas Truong, Uma História do Corpo na Idade Média, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 66.

[46]Jacques Le Goff; Nicolas Truong, Uma História do Corpo na Idade Média, p. 64-65.

[47]Jacques Le Goff; Nicolas Truong, Uma História do Corpo na Idade Média, p. 65.

[48] André Biéler, A Força Oculta dos Protestantes, São Paulo: Cultura Cristã, 1999, p. 118. Veja-se: Jacques Le Goff, Mercadores e Banqueiros da Idade Média, São Paulo: Martins Fontes, 1991, passim.

[49] Jacques Verger, Universidade: In: Jacques Le Goff; Jean-Claude Schmitt, coords. Dicionário Temático do Ocidente Medieval, v. 2, [p. 573-588], p. 574.

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